segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

O Caminho do Despertar Espiritual - Entrai Pela Porta Estreita!




"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela. Que estreita é a porta, e que apertado o caminho que leva para a vida, e quão poucos são os que acertam com ela!"  (Mateus, VII: 13-14)
 
 
Percebo que muita gente anda oferecendo o caminho da “porta larga” para atrair a atenção dos corações aflitos e famintos de amor, saúde e abundância.
São tantas fórmulas mágicas, orações poderosas, terapias milagrosas...

Eu vejo um mundo de expectativas frustrantes, porque não é aí fora que iremos encontrar nossa felicidade.

Nenhuma mandinga pode, simplesmente, alterar todo o curso de sua vida.
Nossa vida é resultado de todo o passado que vivemos, desta e de outras encarnações.


Temos aquele tal de karma, lembra disso? Ah... Mas, andam dizendo por aí que nós podemos queimar todo nosso karma, assim, da noite para o dia!
Gente, vamos despertar?


Precisamos compreender alguns pontos importantes. Ninguém vira anjo assim, num passe de mágica... Tudo requer nosso próprio esforço e entendimento.


Não estou dizendo que não sejamos iluminados, que não tenhamos o princípio Divino em cada um de nós e que estejamos aqui para sofrer.
Acontece que ninguém está aqui encarnado para “curtir” uma temporada de férias.


A vida é laboratório do espírito. Nascemos e renascemos, como manifestação de Deus.
Estamos aqui para aprender através de nossos erros. A transformação interior se faz aos poucos. Em pequenas doses, assim como na homeopatia...

A luz repentina pode cegar!
O tempo é relativo. A eternidade nos pertence.


Nós precisamos do ego, da sombra, da doença, para compreender o Budha, a luz e a saúde.


E o que é o karma?
Ele é o resultado de cada ação que cometemos desde a nossa criação até hoje.
A lei da ação e reação é imutável.


Criamos karmas bons ou ruins. Então, para não termos mais que reencarnar, teríamos que parar de agir. A inação não é uma possibilidade para o encarnado.
Como não criar karma? Como não nos submetermos à lei da causa e efeito?
Bem, ao estarmos atentos às nossas atitudes, vamos aos poucos aprendendo a criar apenas bons karmas e ao mesmo tempo vamos vivenciando os resgates que resultaram do mal uso de nossas outras vivências.

Tomar consciência de nós mesmos, de nossas ações repetitivas e viciosas. Reconhecer as emoções que nos dilaceram o ser.


A transformação ocorrerá com a aceitação de nós mesmos, com a vivência e o expurgo das reminiscências passadas, com o cultivo dos sentimentos sublimes que traduzem o amor incondicional.


Veja, não é  tão fácil, assim, como dizem por aí...


O egocentrismo ainda impera entre todos nós, sem exceção!


Ele é o principal obstáculo para a compreensão das manifestações do espírito. O ego é o princípio da individualidade ( Ahankara) e gera no homem o desejo (kama), o ódio, a raiva (kodha), a ambição (lobha), o apego (moha), o orgulho (mada), a malevolência, o ciúme, a inveja (matsarya).


Se você disser que não carrega nenhum desses atributos, desculpe-me! Então você está no lugar errado!


Para não mais reencarnar, é necessário atingir o grau evolutivo do plano mental superior, que é o somatório de todo o aprendizado realizado através das encarnações sucessivas e do aprendizado através do ego.


O corpo mental superior é o corpo sutil que se constrói pouco a pouco a cada encarnação.


O estado de saúde ou doença, de amor ou ódio, de escassez o abundância, dependerão da visão e atitude corretas.


O Nobre Caminho Óctuplo, ensinamento de Buddha, é o “milagre” que todos buscam:


Compreensão correta, pensamento correto, fala correta, ação correta, meio de vida correto, esforço correto, atenção correta e concentração correta.
Mas, o que é correto?


Compreender as quatro nobres verdades. A vida é sofrimento porque nela há o apego. O apego é resultado da ignorância. Para cessar o sofrimento precisamos desenvolver o amor incondicional que nos afasta do ego.

Puxa vida... Que caminho cheio de pedras...

Sigamos pelo caminho do meio, nem tanto ao céu, nem tanto a terra! O caminho do meio une os opostos e nos torna Um.

É o caminho que adentramos pela porta estreita!



Salve!

sábado, 2 de dezembro de 2017

Como lidar com as perdas


O luto é um momento na vida da gente em que passamos pela perda. Não apenas quando perdemos uma pessoa querida que desencarna, mas todas as perdas significativas.

Elisabeth Kubler Ross em sua experiência com pacientes terminais identificou 5 fases do luto, as quais vivenciamos na perda:

  1. Negação
  2. Raiva
  3. Barganha
  4. Depressão
  5. Aceitação


Muito interessante notar quantas vezes já passamos por algumas dessas fases e o quanto podemos aprender sobre cada uma delas nesta perspectiva sobre o luto.

Vivemos sempre na expectativa e ela é a causa de nossas frustrações. Nem sempre as coisas são como desejamos e lidar com a impermanência da vida material é bem difícil, principalmente com a morte.

É tão óbvio o quanto negamos a morte na vida diária! Tentando driblar, buscando mecanismos de defesa e proteção. Para uma falsa sensação de segurança. A autopreservação e sobrevivência nos encaminha neste sentido. Porém, podemos olhar para a morte além da mente egoísta e de suas reações animalizadas.

A raiva significa a defesa insana contra algo que nos tira a segurança, a estabilidade, o conforto. Uma zona de perigo que nos faz reagir atacando. O medo do imprevisível e a dor provocam a raiva.

A barganha é a ilusão de que podemos negociar a morte, tratando de fazer promessas, buscando a religião e outras medidas desesperadas. Não apenas com a morte, mas com tudo o que não queremos perder, de alguma forma, procuramos uma saída da situação que nos causa tanto sofrimento.

A depressão é o sentimento que nos coloca em introspecção para assimilar a perda e que deve nos levar finalmente a razão e a aceitação.

Quando estacionamos em uma das fases anteriores a aceitação, não finalizamos o processo do luto, que deve ser compreendido como um ciclo necessário e natural. Vivenciar o luto é um mal necessário, um ritual de amadurecimento e entendimento.

Se você perceber que estagnou em uma das fases e ainda não chegou à aceitação, é hora de deixar ir, desapegar, entregar.
Confie na Natureza e em seus ciclos que ensinam que nada morre, tudo se transforma.



Shiva o Deus hindu, o grande transformador, representa a morte e o renascimento. Ele é responsável por nos ensinar o desapego, a morte do ego e das ilusões que nos prende ao sofrimento.

                                                              OM NAMAH SHIVAYA



O mantra de saudação a Shiva nos conecta ao amor divino e incondicional, ajudando a libertação do ego e a aceitação.




Namastê!