O sofrimento
causado pela sensação de “’não pertencimento” é grande e doloroso e se você
passa por esta situação, sabe bem como é difícil viver num mundo em que se
sente isolado ou diferente como um alienígena.
Você conhece
o transtorno espiritual do “Não Pertencimento”?
Os transtornos
espirituais são as neuroses e psicoses, psicopatologias, deficiências e enfermidades
do corpo e da alma, que o espírito trata no hospital terreno. Vejamos a jornada
no plano terreno como uma oportunidade de cura para o espírito.
A sensação
de não pertencimento, ao contrário do que alguns têm pregado, significa a falta
de adequação aos relacionamentos e ao ambiente e não uma exclusividade de
alguns espíritos mais “evoluídos” ou diferentes.
É sempre bom
ter cuidado com explicações e caminhos fáceis para o comportamento humano, que
muitas vezes, prejudicam mais que ajudam, porque nos fazem usa-los como
justificativas para nossas atitudes, como uma bengala em que apoiamos para não
ter que lidar com as dificuldades que trazemos em nosso espírito.
Evitar a
porta larga, como Jesus nos alerta em sua parábola, sempre é o melhor caminho
para não cair nas tentações do ego.
"Entrai
pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e
apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem" ( Mt 7:13 -14).
Todo ser
humano tem a necessidade intrínseca de se relacionar e pertencer a um grupo. Quando
não acontece, ele busca um modo de amenizar seu sofrimento interno. Algumas vezes
se familiarizando com ideias e explicações que perigosamente trazem um
consolo ao ego, sobre o seu estado emocional e mental. Neste sentido, quero citar aqueles que adotam
o enredo que a falta de adequação de uma pessoa é fruto de suas grandes
qualidades, em se comparando com a humanidade e que ela provavelmente é de
origem extraterrena de civilizações mais adiantadas e por aí afora.
Somos
criaturas em aprendizado e pouco evoluídas e precisamos ser mais humildes neste
contexto, para que a ilusão não se torne maior do que já é. Um extraterrestre
ou qualquer espírito mais evoluído que a grande massa humana, jamais se sente
isolado, nesta sensação de não pertencimento, porque ele não vive na dimensão
do ego.
O ser mais evoluído
tem em sua manifestação a base do amor incondicional e da compaixão que o leva
ao entendimento do outro como parte de si mesmo, como irmãos pertencentes a
mesma Grande Família Universal e a Deus como o Todo.
A sensação
de não pertencimento é um problema e não uma solução. Quando mais o espírito se
isola, mais se perde de sua essência e de sua consciência.
As questões
relacionadas ao transtorno espiritual de “não pertencimento” devem ser
analisadas a partir da gestação e infância e também pelo olhar atento as vidas
passadas. Um espírito quando se sente isolado do mundo, das pessoas, da
família, está envolvido nas malhas do ego e da falta de percepção, num estado
de alienação.
Já ouvi
relatos de clientes sobre a sensação de estranheza e o questionamento, desde a infância,
sobre o porquê de estarem aqui, neste planeta.
Alguns sentem um grande mal-estar energético, percebem a densa camada de
energia deletéria que envolve o planeta e ainda a sensação de saudade de algum
outro lugar.
A causa pode
ter suas raízes na falta de acolhimento dos pais, o sentimento de abandono e autoestima
baixa. Na terapia tratamos a criança interior, dando-lhe proteção, para que ela
refaça seu crescimento, desenvolvendo sua autoestima e seu potencial amoroso,
que a retira do isolamento.
Também
devemos tratar a esfera espiritual, porque estes casos nos remetem as vidas
passadas, em que há uma forte identificação e apego do espírito a elas e uma rebeldia
interior de não aceitação desta vida atual.
Entrar pela “porta
estreita” como nos recomenda o mestre Jesus significa aprender, crescer e
evoluir espiritualmente pela porta estreita da reencarnação, que nos conduz as
dificuldades do convívio diário com pessoas tão problemáticas quanto nós
mesmos.
Espíritos afins que se encontram na camada terrena das experiências
cotidianas. Como uma prisão temporária ao espírito recalcitrante ou como a
visão de um paraíso terreno, para aquele que já vibra na condição da compaixão
por seus semelhantes.
Namastê
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