domingo, 17 de março de 2024

A Terapia não traz felicidade , ela coloca você em crise, a crise do crescimento!

crise do crescimento psicologia

Viver é uma experiência dinâmica e que nos coloca em aprendizado contínuo. Uma criança cresce com as adversidades e nosso espírito é como tal.

Temos a oportunidade do livre arbítrio que nos concede a sabedoria. Não há outro caminho saudável para o crescimento, se não pelas crises.

Temos uma tendência infantil ao comodismo e a vida não nos permite que continuemos assim. 

A evolução acontece através de perdas e ganhos. Não temos como aprender sem experiências e não há como compararmos se não conhecermos os dois lados. 

A dor e o prazer são a base do aprendizado na dimensão terrena. Quando o animal sente dor ele se afasta do que lhe causou o incômodo e se aproxima do que lhe dá prazer.

Então, aquilo que me faz sofrer é algo que eu não quero ter próximo de mim. Isto pode ser positivo tanto quanto pode ser prejudicial. À medida que adquirimos as experiências vamos nos blindando daquilo que entendemos não ser bom para nós.

É o que se chama mecanismo de defesa e que pode ser maléfico quando nos impede de novas vivencias, que poderiam ser diferentes daquelas que já conhecemos.

A pessoa pode comer demais, beber demais, trabalhar compulsivamente ou até ser viciado em sexo. Estes são alguns mecanismos de defesa. Um subterfugio para não enfrentar o problema central.

 Também são usados outros métodos mais sofisticados de defesa, como, por exemplo, evitar aprofundar relacionamentos ou racionalizar demais.

De forma simplificada, basta entender que se criam barreiras evolutivas quando os mecanismos de defesa se tornam como prisões emocionais, armaduras intransponíveis.

Para Wilhelm Reich, essa resposta emocional de defesa acontece no corpo, sendo conhecida como couraça. Ele foi um famoso psiquiatra que estudou e desenvolveu teorias sobre a anatomia emocional.

Para Reich a couraça corresponde a estrutura de defesa muscular. O caráter é seu correspondente comportamental, o modo de se expressar evitando o conflito, angústia, a dor.  

Os corpos se encouraçam e congelam as emoções.  Existem vários problemas de saúde física que foram acarretados por uma postura indevida e encouraçada ou por comportamentos disfuncionais e compulsivos.

Os medicamentos têm como função amenizar sintomas e camuflar o sofrimento. Amortecer a dor é uma medida que acalma temporariamente, mas não resolve o cerne do problema.

E também pode ser prejudicial se tomado o medicamento como solução e não como paliativo.

Sair da zona de conforto, como se vulgarizou o conflito psicoemocional, nada mais é que enfrentar e dissolver as couraças e defesas.

Para tanto, apenas o processo terapêutico pode conferir o caminho para a cura definitiva.

Veja que o enfrentamento requer vivenciar a crise, trazer à tona o conflito, olhar as feridas.

Não se iluda, portanto, com o desejo de que a terapia faça algo por você sem que passe pela crise do amadurecimento e do autoconhecimento.

O processo terapêutico não é um lugar confortável, mas é o local ideal para seu processo evolutivo e de tomada de consciência.

A terapia não vai fazer você sentir prazer, mas vai ensinar você a passar pela dor que é parte da vida de qualquer pessoa. O sofrimento é inevitável, o enfrentamento é voluntário.

Caso você persista em não aprender com a dor, ela se tornará mais forte. Quanto mais você tentar evita-la, mais ela lhe chamará a atenção, porque este é o propósito.

A dor ensina, as adversidades chamam à consciência.

Crescer, como dizem, dói, mas é como a dor do parto para uma mãe.

Não acredite em promessas de cura sem que se passe pela crise do crescimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário