segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Pedir ajuda não basta!



Olá buscadores, namastê! Eu recebo muitos e-mails de pessoas pedindo ajuda, literalmente. Doenças físicas; transtornos psicológicos e mediunidade desequilibrada; questões familiares, profissionais e amorosas; falta de dinheiro e solidão; entre tantos outros problemas.

 Para todas essas situações de desarmonia com a vida e consigo mesmo, sempre recomendo o caminho terapêutico que traz todos os elementos que participam da integridade e saúde do ser. Percebo porém, que alguns pedidos são unilaterais, ou seja, a pessoa quer se curar, quer plenitude, mas não está disposta a realizar a sua parte na história que protagoniza. O doente é o principal agente de seu sofrimento e de sua cura.


 A cultura ocidental é muito voltada ao imediatismo, devido ao aprendizado que há tanto tempo assimilou em relação a questão da saúde. A pessoa quando está doente, logo busca uma medicação que possa sanar os sintomas.

 A relação entre o médico e o paciente costuma ser de dependência , na qual o paciente entrega ao médico seus sintomas, que devolve a ele a receita de um medicamento. O envolvimento entre os dois se restringe ao questionamento dos sintomas e ao protocolo médico para diagnóstico da doença. Nas enfermidades agudas, a medicação, seja alopática ou natural, sempre é um alivio que auxilia o restabelecimento do equilíbrio dinâmico do corpo. Porém, em enfermidades crônicas, problemas que se arrastam por bastante tempo, há a necessidade de um olhar mais profundo.

 O sofrimento físico e mental são um convite a transformação interior. São um alerta de que não estamos sabendo fazer boas escolhas para a nossa vida e que algo não vai bem. É um momento importante para a reflexão e a interiorização, que nos conduz à expansão de nossa consciência sobre nós mesmos. Quando eu respondo a esses pedidos de ajuda que me fazem, sempre procuro esclarecer que a cura é um caminho.

 O terapeuta tem instrumentos técnicos e a experiência para auxiliar o cliente em sua busca. É um facilitador que tem condições de trazer à tona os aspectos inconscientes que estão causando os desequilíbrios de seu cliente. É um caminho de autoconhecimento que traz um novo sentido. Entretanto, não há na terapia holística e espiritualista a panaceia, ou seja, o medicamento milagroso que cura todos os tipos de males do homem, em uma única dose mágica.

 A participação do doente em sua cura é fundamental. O enfermo tem que reconhecer em si mesmo o potencial que traz .

 Aquietar sua mente egoísta e imediatista. Perceber o seu microcosmo interior, seu corpo, seus pensamentos, suas emoções, sua luz e suas trevas. Abrir mão de sua teimosia em lutar para defender suas verdades, suas crenças. Estar pronto a jogar fora todo o entulho que foi acumulando até então. Libertar-se de tudo o que esteve reprimindo por tanto tempo, de tudo o que aprendeu como verdade. Abrir espaço para que possam fluir novas energias.

 É como estar num quarto sem janelas ou portas abertas, sem luminosidade natural. Você fica lá fechado, com medo. E nesse quarto tem muita coisa, muitos móveis, muitas roupas, muito lixo que se acumulou. Mas você, tem tanto medo de sair de lá, de se machucar, de sofrer ainda mais, que continua naquele lugar, mesmo nem dando mais para respirar... Sentir que sua respiração está ofegante e superficial. Você se sente oprimido. Você pede ajuda porque quer respirar profundamente e com tranquilidade. Mas, o que impede de respirar tranquilamente? 
Você terá que sair daquele quarto escuro... A luz terá que vir aos poucos, se não, poderá cegar.

 Assim acontece o processo terapêutico e a cura. Entenda a sua situação e queira verdadeiramente mudá-la. Se a porta está trancada eu lhe darei as chaves! A terapia é um vínculo que se cria entre terapeuta e cliente. Terão que caminhar juntos, de mãos dadas.  A saúde física, psicológica, emocional e espiritual, resultará em relacionamentos mais saudáveis, em qualidade de vida. Promovem o fluir da vida profissional e financeira. A visão do mundo e de nós mesmos se amplia e a solidão se acaba. Aos poucos, tornamo-nos conscientes de nossas instabilidades emocionais, nosso comportamento reativo. A inflexibilidade e dificuldade que ainda temos para as mudanças.


Perceber o quanto ainda somos impermeáveis aos toques que a vida nos dá diariamente, mostrando que não estamos fazendo o melhor por nós mesmos. Aprendemos a utilizar os instrumentos que nos auxiliam para a inciativa e atitude de mudança, dando novo rumo às nossas questões mal resolvidas.

Fico sensibilizada, quando a pessoa que me pediu ajuda, não tem coragem para sair desse quarto. Eu não sou perfeita, não sou mestre de nada, não sou a resposta para suas questões. Sou apenas mais um, nesse imenso oceano em que estamos mergulhados. Eu apenas lhe convido a mergulhar comigo na profundidade do ser. Não abandone a si mesmo... Sei que a dor pode ser profunda, mas o despertar interior é mesmo assim... Não vou jamais compactuar de seu sofrimento. Eu quero compactuar de seu esforço e de sua coragem para assumir um vida nova e plena.

 "Nada posso lhe oferecer que não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo além daquele que há em sua própria alma. Nada posso lhe dar, a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo". Herman Hesse

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