terça-feira, 5 de setembro de 2017

Por que não lembramos das vidas passadas?


Uma dúvida que tanta gente traz sobre as reencarnações é o porquê de não lembrarmos naturalmente de nossas vidas passadas.
Será que ajudaria, em nossa vida atual, termos consciência de quem fomos no passado?
Tudo depende do quanto cada um está preparado ou não, pronto ou refratário a assumir e incorporar outra identidade em si.

Se eu cometi algo muito grave contra outras pessoas, acho que não estou pronta para saber.
Antes disso, quero aproveitar ao máximo a oportunidade desta vida para reverter o mal que fiz  anteriormente. E quando desencarnar e, aí sim, lembrar-me de tudo, poderei dizer que fiz algo de bom para mudar meu karma.

Quem se lembra de quando era um bebê?
Eu não sei o que estava fazendo há exatamente um ano e provavelmente você também terá que fazer um grande esforço mental para tentar recordar.
Alguns acontecimentos são marcantes e guardamos, como por exemplo, o natal passado ou outra data que tenha sido relevante.
A nossa capacidade de armazenamento é distribuída para arquivos mentais do inconsciente. São departamentos diferentes que detém as memórias.
O espírito tem em sua estrutura sutil as memórias de outras vidas que temporariamente ficam veladas em sua trajetória terrena.
São muitas informações que recebemos e muitas vivências.

O corpo físico e sua densidade energética dificulta a conexão com essas memórias. Tanto que poucas vezes trazemos as recordações das viagens astrais enquanto dormimos. Quando reencarnamos, há um esquecimento natural, consequente da dinâmica do ciclo do renascimento no corpo físico.
A fisiologia sutil sofre com o processo da encarnação, na geração e desenvolvimento do feto, uma significativa alteração, que restringe alguns aspectos da consciência, para possibilitar a nova vida humana.
É necessário que haja a união energética entre mãe e feto, o espírito materno e o espírito reencarnante.
Um espírito que teve no passado uma relação conflituosa com seus futuros pais consanguíneos, nem sempre se sente motivado em renascer nessa família.
Este, entre outros entraves, prejudica a reencarnação, podendo até frustrá-la. Ainda mais, pode impedir a renovação dos laços que os unem na nova experiência, que proporcionam a oportunidade para que o amor prevaleça.
O esquecimento de quem fomos ocorre no momento de acoplar o espírito ao novo corpo físico, sua nova roupagem. Há inicialmente uma ligação fluídica com os futuros pais.
Aos poucos, o espírito sofre a mudança de seu atual organismo perispiritual, que em sua plasticidade vai tomando uma nova forma, para permitir a reencarnação e penetrar na corrente da vida carnal.

O espírito perde sua lucidez quando incorpora o novo corpo físico. Não há na natureza do processo reencarnatório a possibilidade da lembrança de outras vidas. Porém, na adolescência, as reminiscências mais marcantes, começam a reverberar no comportamento do espírito. Seus vícios, suas características e inclinações.
Reencarnamos para refazer aprendizados e antes de voltarmos para a vida terrena nos comprometemos a assumir um comportamento mais amoroso e menos egoísta, não repetindo os mesmos erros.

Trazemos na consciência os momentos mais marcantes de outras vidas, que se fixaram em nosso espírito, tanto de felicidade quanto de sofrimento.
Temos também aquela “voz da consciência”, que é nossa alma relembrando nossas promessas feitas para esta vida, colocando-nos no caminho de nossa redenção e evolução. Desequilíbrios que não encontramos a causa nesta vida estão associados ao passado.

Na Terapia de Vidas Passadas, TVP, algumas pessoas trazem à tona acontecimentos traumáticos que continuam a atormentá-las na vida atual.
Porém, é razoável não esquecer que quando alteramos o nosso estado consciencial, nem sempre adentramos uma vida passada. É necessário que o terapeuta esteja muito atento ao processo.
O cliente, algumas vezes, traz imagens mentais reprimidas ou acessa o campo astral de outros espíritos.
A TVP cada vez mais vem ganhando espaço, acompanhando a evolução do espírito terreno, como instrumento para auxiliar na cura e também para trazer evidências sobre as vidas sucessivas, disseminando a verdade sobre o espírito imortal.
Ela conduz a espiritualidade para a área científica, possibilitando a inclusão das esferas sutis às experiências terrenas e científicas, tendo em vista sua eficácia em seus resultados.

O esquecimento das outras vidas, em grande parte é uma bênção, assim como o esquecimento de nossa vivência na dimensão espiritual.
No livro "Missionários de Luz", que recomendo a você que tem interesse pelo assunto, André Luiz expõe com clareza o processo da reencarnação.
Estamos engatinhando em nossa evolução e trazemos no espírito o sofrimento de relacionamentos egoístas e os dramas do passado.

Se já é difícil lidar com os problemas atuais o que dizer do peso em ter hoje consciência dos erros passados?
Sei que alguns consideram que lembrar quem fomos poderia ajudar resolver os problemas atuais.
Acontece que, ao recordar a vida passada, as emoções que vivenciamos também voltam. O ódio, o ressentimento e mágoas.
Se não conseguimos perdoar naquela vida, quando contidos na identidade do passado, de nada adianta trazermos essa pessoa que fomos de volta à vida terrena.
Há espíritos que ficam na erraticidade, no plano astral, tão apegados à sua identidade material que continuam agindo como se estivessem encarnados, numa ilusão que se mantém pelo egoísmo, por desejos de vingança, apegos e paixões.
A cada nova vivência, transformamos nosso ser. Não sou quem fui ontem e amanhã serei outra pessoa. O que mantemos é a nossa essência espiritual que evolui dia a dia, acrescentando aprendizados a cada vivência.
Quando alguém fica se remoendo no passado, perde a oportunidade de curá-lo e de viver o presente.

Não somos o passado nem o futuro. Veja o tempo como um todo, sem linhas divisórias e ele deixará de existir. Esta é a melhor técnica para você recordar vidas passadas.
Se você olha do alto de um morro para uma cidadela, você poderá ver numa mesma rua, o seu início, meio e fim.
No começo da rua tem um hotelzinho, que vamos chamar de passado e, lá no final da mesma rua, tem uma igreja que chamaremos de futuro.
Quando você está lá na rua, você não consegue avistar o hotel e a igreja no mesmo instante, porém, eles estão lá e quando você olhou lá do morro pode vê-los numa só paisagem.

A nossa consciência pode se expandir e enxergaremos o tempo e nossas vidas, do alto do morro. Entretanto, para que isto ocorra, temos que despertar o ser além do ego, que vive apenas uma identidade por vida.
Seus outros egos, outras identidades, estão aí, atuando com você. Nada é perdido ou esquecido e sim transformado constantemente.
Suas experiências, entre erros e acertos vão aprimorando o seu espírito.
Mais importante que saber quem você foi em outra vida, é estar atento a quem você escolhe ser nesta vida,  no presente e em suas atitudes, que o levarão para o alto do morro.

Seja Amor!

Exercício de Regressão
  • Feche os olhos e visualize um espelho.
  • Desenhe sua moldura, seus detalhes.
  • Por enquanto ele está embaçado, há uma névoa.
  • Inspire profundamente pelo nariz e expire vagarosamente pela boca em direção ao espelho imaginário.
  • À medida que vai inspirando e expirando, a névoa vai se dissipando.
  • Até que finalmente você avista um rosto no espelho.
  • Perceba cada detalhe dessa face que se mostra a você.
  • Observe atentamente e envie vibração amorosa para esse rosto.

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