quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Por que afirmações positivas não curam?


“(...)Ora, não credes que basta pronunciar algumas palavras para afastar os maus espíritos, guadai-vos, sobretudo, de vos servirdes de uma dessas fórmulas banais, que se recita para desencargo de consciência; sua eficácia está na sinceridade do sentimento que a dita; está, sobretudo, na unanimidade da intenção(...)”.
Livro dos Médiuns – Allan kardec

Ouço, atualmente, muitas pessoas falarem sobre as “afirmações positivas”,  verbalizadas ou não e o poder que elas têm em alterar uma situação desarmônica, trazendo equilíbrio e saúde.
As palavras quando proferidas ou mentalizadas não possuem muito “poder” se não incorporadas pela essência interior. Precisamos compreender que toda mudança que almejamos em nós mesmos e em nossa vida, depende de abandonarmos o nosso ego, para acessarmos um estado de consciência capaz de alterar o padrão vibratório.

Nossa mente inferior, nesse caso, não pode nos ajudar a nos transformarmos em algo melhor. Ela nos engana o tempo todo. Enquanto estiver fazendo sua afirmação, apenas terá a participação de sua mente egoica. Entenda que não há nenhum caminho saudável através da mente.
A mente inferior é um caminho de sofrimento, por isso aprendemos muito com ela pela dor.
A cada encarnação vivenciamos um personagem e através dele evoluímos.  É um teatro, uma ilusão capaz de mover o espírito.
Dizem que a vida é uma escola e eu concordo plenamente. Nessa escola somos colocados em situações diversas, que nos obrigam a criarmos novos conceitos, novas formas de conviver, saindo da racionalização exagerada e dos vícios mentais.
Somos provocados a trazer à tona as nossas piores tendências para transformá-las e também, nossas melhores intenções e talentos que ainda não reconhecemos.  Não há terapia ou técnica capaz de nos libertar de nossa tarefa aqui na terra. Precisamos aprender com a vida. Estamos presos a ela porque ainda nos encontramos presos ao nosso egoísmo e nossas negatividades.
Eu lhe pergunto: - Você tem coragem para abandonar tudo em sua vida e se entregar a uma vivência com a natureza, com a oração, com o coração e em prol do próximo? Isso significa deixar seu trabalho, sua família, sua casa e seus desejos...
Sejamos sinceros conosco, isso, pelo menos para mim, ainda não é possível. Então não se iluda...
Você pode esconder lá embaixo do tapete toda a sujeira, mas ela continuará por lá e você ainda respirará aquelas partículas de pó. Então, tudo o que acontece diante das afirmações é apenas ilusão.
Você pode achar que não e, eu não me importo se você continuar racionalizando e reagindo dessa forma... A sua vida lhe mostrará que nada é tão simples assim. Esse é o seu aprendizado e eu não vou poder lhe convencer de nada. Assim, da mesma forma, essas afirmações não vão convencer sua alma, porque ela não está participando de toda essa bobagem.
Toda mudança deve estar presente na vida diária, nas situações mais difíceis, nas adversidades. 
Reprogramação mental só serve para trazer mais ilusão e menos consciência.
Nós somos seres duais e não dá para viver no positivismo por tempo integral.
A solução para essa confusão e “moda” que se instalou entre os buscadores, menos avisados, virá no seu dia-a-dia. Você perceberá que as afirmações não correspondem com a realidade que você tem que vivenciar.
Não jogue toda a sujeira para debaixo do tapete! Enfrente e acolha sua doença, sua raiva, sua ignorância, seu sofrimento. Só assim você encontrará seu verdadeiro ser, além dessa imagem fictícia.
O positivismo deve vir de dentro para fora e não de fora para dentro.
De nada adiantará fazer afirmações todos os dias se não houver mudança de atitude. Parar de reagir, essa é a questão. Agir com consciência requer um estado de presença em todas as situações da vida.
Só quando você estiver presente no aqui e agora é que tudo poderá mudar. Não reprograme sua mente, reprograme seu coração.
E, no sentir está a chave, o segredo de toda mudança. Porém, para alterar um sentimento negativo em algo positivo, precisamos vivenciar. Por isso, encarnamos e reencarnamos quantas vezes forem necessárias, até atingirmos nossa maior meta: Amar incondicionalmente a nós e ao outro.
Esse assunto me fez relembrar uma época de minha vida. Eu estava grávida e fui com meu marido fazer um “cursinho” em hospital renomado, para aprender a cuidar de um recém-nascido. Que piada... Lá com uma boneca, aprendemos a dar banho no bebê fictício. Na vida real, até hoje eu e ele damos boas risadas, quando lembramos o primeiro banho de nossa filha. Foi traumatizante para os três!
Não há como aprendermos uma lição apenas no pensamento, na palavra na “idealização”. Precisamos sair do mundo das ideias. Um balão solto ao vento não tem direção. Prenda-se a terra, aterre-se!
Vivemos a dualidade, entenda... Ore com o coração e vivencie com o corpo, com a mente e com o espírito.

Bem, depois falaremos mais sobre nosso mundo dual,

Seja Amor!

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