Você vive no piloto automático?
Olhar para o aqui e agora pode ser muito difícil e poucas
vezes você percebe que vive sua vida fugindo do presente e da presença. Algumas
pessoas se ofendem quando eu digo a elas que olhem mais para si mesmas, para o
que elas têm vivido e que assumam suas fragilidades e a escuridão que ainda
serve como guia para suas vidas.
Viajar pela escuridão é o que tem acontecido. A sensação de
insatisfação, de dor e infelicidade são o resultado deste modo de viver no automático.
A rotina é mais ou menos como uma mesma rota que alguém trilha diariamente, vai
e volta para o mesmo lugar. Sem reparar no que tem ao longo do caminho, sem visitar
outros territórios, sem questionamentos e escolhas conscientes.
Sempre a mesma visão e o mesmo destino, sempre o mesmo modo
de pensar e de agir. Por que andar com esta venda nos olhos, como adormecido?
O medo de olhar para si mesmo e para o que tem ao seu redor
como realidade, faz com que tanta gente tenha caminhado às cegas para lugar
nenhum. Isto me lembra uma linha de produção de uma fábrica, com movimentos
repetitivos, os operários aliados ao maquinário, fazem todos os dias as mesmas
coisas.
As pessoas se assustam e julgam quando alguém resolve se
rebelar e fazer diferente. Mudar paradigmas, fazer novas escolhas, trocar as lentes
que já estão embaçadas. Por muito tempo, a Igreja Católica nos fez acreditar
que a Terra era o centro do Universo. E quem ousasse contradizer morreria como
bruxo, queimado. Por isto, a ciência se separou da religião e assim é até hoje.
E o que não era possível explicar era visto como bruxaria. Assim foram
categorizados os médiuns e os espíritos humanos despertos e ainda hoje é do
mesmo modo. F
Então, aprendemos a separar todas as coisas como
contraditórias, o certo e o errado, o bem e o mal, a saúde e a doença, a mente
e o corpo, o espírito e a matéria.
Viver no automático é não se permitir ver os dois lados, ser
consciente, ser desperto e fazer suas próprias escolhas. Negar a si mesmo como
ser integral. Para se sentir completo é necessário assumir a completude. O yin
e o yang como forças opostas que se complementam.
Para a dinâmica da saúde mental e física, temos que admitir
o que não nos agrada em nós mesmos para que possamos nos curar. Toda doença,
enfermidades físicas e psicológicas são consequências do “meio olhar de soslaio”.
Quando o medo é o guia, a escuridão é o caminho. Quando o
medo toma o corpo, os olhos se fecham e o corpo se contrai, numa reação
automática de defesa.
Abrir os olhos, descontrair os ombros, abrir os braços,
alargar o peito e respirar profundamente. Encarar o que causa o medo e espanto.
Sair do modo automático é o único caminho para curar seja lá o que for. A Terra não é o centro do Universo e não está
sozinha na imensidão. Ela é parte de uma harmoniosa Natureza e não pode se
isolar porque não sobreviveria.
Descobrir novos caminhos, decidir andar passo a passo em
busca de um presente mais consciente. As pessoas repetem padrões e querem que a
cura se faça sem que haja mudança de comportamento. Não é possível que algo
mude quando não há mudança!
Não é o mundo a sua volta que precisa mudar para que você
manifeste a cura, você não é o centro do Universo. Nenhum terapeuta, médico ou
mestre religioso tem o poder que você tem de curar a si mesmo.
Quando você se apropria de seu poder, seu potencial para ser
saudável, finalmente o caminho do autoconhecimento e da cura se abrem. Saia do
modo automático e enfrente a mudança necessária. Esta é sua oportunidade e
ninguém pode tirar de você o que é seu, nem lhe dar o que já lhe pertence.
Despertar é estar lúcido, é expandir a consciência limitada
num espaço apertado e escuro de sofrimento e ilusão, no conformismo da rotina
do condicionamento mental. O ego é o ser condicionado e automático. O espírito
consciente é o desperto e iluminado. Você escolhe, você tem a chave para sair
dessa prisão.
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